O carteiro de Neruda: O regresso à praia da Ilha Negra

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O TMA repõe este mês O carteiro de Neruda – uma dramaturgia de Carlos Porto a partir do romance de Antonio Skármeta, com encenação de Joaquim Benite. André Gomes, Bernardo de Almeida, Maria Frade e Melânia Gomes são alguns dos actores que encabeçam o elenco da peça, que estará em cena na Sala Principal de 26 de Janeiro a 5 de Fevereiro.

Estreada no Festival de Almada em 1997, O carteiro de Neruda recebeu o acolhimento entusiástico por parte da crítica e do público, antevendo uma auspiciosa e longa carreira para a produção. 15 anos depois, os números comprovam-no: a peça foi levada à cena mais de cem vezes em Portugal Continental, Açores e Espanha.

De regresso ao TMA, O carteiro de Neruda pretende trazer de novo o público à praia da Ilha Negra e aos anos conturbados do início da década de 70 chilena. Abordando a problemática da aprendizagem através da poesia, a peça conta a história do poeta Pablo Neruda, que chega a uma ilha de pescadores onde conhece Mário, o carteiro que é a sua ligação com o Mundo e em quem fará despertar a necessidade da vivência poética. Quando a cena política se agudiza e Neruda sucumbe ao regime de Pinochet, Mário saberá qual o caminho que deve tomar: aquele em que o Mundo pode vir a ser “metáfora de alguma coisa”.

Sobre esta peça, Joaquim Benite escreveu: “Em O carteiro de Neruda o que apaixona é a metáfora da aprendizagem, a longa e sinuosa aventura do conhecimento, de que Mário e Pablo tiram partido e que resolvem fazer os dois, como Quixote e Sancho. Quem aprende? Quem ensina? Quem ama? Quem é amado? Pude trabalhar com um grupo de actores inteligentes e sensíveis, que mergulharam no texto com uma paixão invulgar, e em que todos os que participámos demos, com humildade, o mais que temos a esta história tão bonita”.

Antonio Skármeta (n. 1940) estudou Filosofia e Letras no Chile e em Nova Iorque. Entre os 27 e os 33 anos leccionou Literatura na Universidade do Chile. Em 1973 ocorre um golpe de Estado e Augusto Pinochet instala uma sangrenta ditadura no Chile, ano em que Skármeta parte para Berlim. A partir de 1981 dedica-se à escrita, continuando a sua actividade como professor convidado de várias universidades. É bolseiro da Fundação Guggenheim e do Programa das Artes de Berlim. Após um exílio de 15 anos na Alemanha, Skármeta regressa ao Chile. O seu trabalho como argumentista resultou em filmes como Reina la tranquilidad en el país, La Insurreccíon e Desde lejos veo este país, tendo ainda realizado documentários e longas-metragens. Em 1983, realiza o filme Ardiente Paciência (rodado em Portugal), com o qual é galardoado em vários festivais de cinema, e a partir do qual escreveria o romance com o mesmo título. Michael Radford irá posteriormente realizar uma nova adaptação cinematográfica daquela obra, intitulada O carteiro de Pablo Neruda, que em 1994 estreia no Festival de Veneza e é aplaudido em todo o Mundo. Da bibliografia de Skármeta destacam-se ainda os romances Sonhei que a Neve Ardia, A Insurreição e As Bodas do Poeta; e os livros de contos O entusiasmo, Despido no Telhado e Tiro Livre.

O carteiro de Neruda
de António Skármete
Encenação de Joaquim Benite
Adaptação dramatúrgica Carlos Porto
Cenografia José Manuel Castanheira
Figurinos Sónia Benite
Luz Joaquim Benite e Carlos Galvão
Direcção de montagem Guilherme Frazão
Intérpretes André Gomes | Bernardo de Almeida | Celestino Silva | Maria Frade | Melânia Gomes | Miguel Martins
26 de Janeiro a 5 de Fevereiro
Sala Principal M12
Horário Quarta a Sábado 21h30 Domingo 16h00
Preço 6 a 15€
Reservas 212739360

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